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Ensino de história: sujeitos, saberes e práticas.
Ana Maria F.C. Monteiro, Arlette Medeiros Gasparello, Marcelo de Souza Magalhães, organizadores. Rio de Janeiro: Mauad X: FAPERJ, 2007.
O livro reúne trabalhos apresentados no V Encontro Nacional Perspectiva de Ensino de História, Ensino de história: sujeitos, saberes e práticas, realizado no Rio de Janeiro, de 26 a 29 de julho de 2004.

Dicionário de datas da história do Brasil.
Circe Bittencourt (Organizadora). São Paulo: Contexto, 2007.

As raízes medievais da Europa.
Jacques Le Goff. Petrópolis (RJ): Vozes, 2007.
Livro que situa entre a conjuntura européia atual e a Idade Média.

A enxada e a lança: a África antes dos portugueses.
Alberto Costa e Silva. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996.
Livro sobre a história da África desde a “pré-história” do homem até 1500.

A África na sala de aula: visita à história contemporânea.
Leila Leite Hernandez. São Paulo: Sele Negro, 2005.
Um trabalho que busca quebrar com os tradicionais estereótipos sobre a história africana, mostrando o entrelaçamento de culturas e processos históricos dos povos da África.

África e Brasil africano.
Marina de Mello e Souza. São Paulo: Ática, 2006.
Estudo da história africana e dos quase 5 milhões negros escravos que vieram para o Brasil.






Coleção de Fascículos sobre a Ditadura Militar no Brasil produzida pela Editora Caros Amigos que publica a revista Caros Amigos:


   

  • "O que aconteceu no Brasil no dia 31 de março de 1964?
  • A campanha movida contra Getúlio Vargas que o levou ao suicídio tem algo a ver com o golpe militar desfechado dez anos depois?
  • Quem e o quê estavam por trás da tentativa civil-militar de impedir a posse de JK em 1956 e das duas tentativas de golpe contra o “presidente bossa-nova”?
  • Quais motivos alegaram militares e civis, que queriam impedir a posse do vice-presidente João Goulart, quando Jânio renunciou a 24 de agosto de 1961?
  • Como transcorreu a escalada rumo à deposição de Jango e que papel desempenharam lideranças civis e militares, empresários, agentes norte-americanos, meios de comunicação?
  • O golpe se deu contra o quê, a favor do quê, a favor de quem, contra quem?
  • Os governos Castello, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo: como se desenrolou cada um?
  • A ditadura caiu ou foi saindo de fininho?
  • Que saldo sócio-político-econômico deixou?

Segundo indicações da própria série de fascículos do selo “Coleções Caros Amigos”, busca-se responder a estas e a muitas outras questões sobre aquele período de escuridão. Pela primeira vez, a história toda, contada em linguagem acessível, com base em testemunhos de pessoas comuns ou que se tornariam conhecidas, documentos, livros, publicações da época; memórias do rádio, da televisão, do cinema, do teatro, da crônica, da música popular; ilustrada com reproduções de jornais e revistas, fotos, charges, caricaturas.

Uma coleção da mais alta utilidade para pais e filhos, professores e alunos, mas principalmente proveitosa para os jovens que se interessam pela história recente de nosso País.

A coleção é dividida em doze fascículos que irão para as bancas e livrarias de quinze em quinze dias." (sugestão enviava pela própria revista).



Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo.
Tomaz Tadeu da Silva. Belo Horizonte, Editora Autêntica, 1999.

Tomaz Tadeu da Silva é professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e autor de vários livros na área de Educação e Estudos Culturais.
Certamente é um importante trabalho para nós, professores de história do ensino Médio e Fundamental, em tempos de "reforma educacional" e de neoliberalismo.
Um livro essencial de consulta e estudo para todas as pessoas que se dispõem a ver o currículo sem o mesmo olhar inocente de antes.



História: análise do passado e projeto social
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Josep Fontana. Bauru/SP, EDUSC, 1998.

Historiador catalão que propõe aos historiadores uma saída da crise teórico-epistemológica dos dias atuais.



Coroas de Glória, Lágrimas de Sangue: a rebelião dos escravos de Demerara em 1825.

Emília Viotti da Costa. São Paulo, Companhia das Letras, 1998.

Professora, livre docente da USP, aposentada pelo AI5 em 1969, foi para os EUA, onde leciona na Universidade de Yale.



Reflexões sobre o Saber Histórico: entrevistas com Pierre Vilar, Michel Vovelle e Mandeleine Rebérioux
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Marcia Mansor D’Alessio. São Paulo, Editora da Unesp, 1998.

Nas palavras do professor de história da UFF, Ciro Flamarion, "é reconfortante ler respostas inteligentes de historiadores que não estão inseridos na "Nova História", tendência na qual a insistência é muito exagerada em certos ambientes universitários de nosso país..." Folha de S. Paulo 14/11/1998. Jornal de Resenhas, p. 9



Fim de Milênio: uma história dos calendários, profecias e catástrofes cósmicos
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Bertília Leite e Othon Winter, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed. 1999.




Os Meus Romanos: Alegrias e Tristezas de uma Educadora Alemã no Brasil
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Ina von Binzer, São Paulo, Paz e Terra. 1994.

Cartas de uma professora alemã a uma amiga, descrevendo a vida no dia a dia do Brasil no pré-abolicionista. Como era a vida no Brasil do final do Império? Qual a visão que as pessoas tinham de si mesmas? Como um viajante estrangeiro percebia uma sociedade ainda em seus primeiros passos no "mundo moderno"? Essas são algumas das perguntas respondidas por Ina von Binzer, uma das muitas professoras européias contratadas para educar filhos de fazendeiros no Brasil. Como resultado de suas experiências no Brasil entre 1881 e 1884, escreveu este livro que simplesmente prende a atenção do leitor.
Usando o pseudônimo de Ulla von Eck, a autora escreve uma série de cartas para sua amiga Grete na Alemanha, contando-lhe cada detalhe de sua rotina, seu trabalho como professora, os alunos, as escolas, os escravos, as festas, tudo o que possa parecer interessante a uma amiga que apenas sabe do Brasil por relatos de outros escritores viajantes. Ulla não se preocupa em ocultar detalhes talvez banais para a época pois quer mostrar a Grete as grandes diferenças de comportamento e ambiente encontradas no Brasil. E são esses detalhes banais do cotidiano que tornam o livro tão rico para quem quer conhecer melhor a história dessa época.
E engana-se quem pensa que, sendo ainda moça (tinha apenas 22 anos quando veio ao Brasil), ela tenha se omitido das questões sociais, políticas ou econômicas. Ao longo das cartas pode-se ver diversas críticas ao sistema escravista, no qual aponta pontos negativos e positivos, descrições da vida social da elite e também questiona a convicção republicana de muitos.
Resumindo, trata-se de uma leitura divertida e educativa que pode ser habilmente explorada pelo professor, trabalhando questões como trabalho escravo, influência européia no Brasil, fim do Império ou comparações entre a visão de um estrangeiro da época e de hoje.
O livro é editado pela Paz e Terra e pode ser encontrado numa edição bilíngüe (alemão/português) nas livrarias, ou ainda ser comprado via Internet.



Caminhos e Fronteiras: A Imensidão e o Limite (10/10/2001)
Sérgio Buarque de Holanda.

O livro "Caminhos e Fronteiras" de Sérgio Buarque de Holanda foi editado pela primeira vez em 1956 mas os textos que compõem os seus capítulos foram editados em periódicos e palestras que o autor escreveu e pronunciou desde 1949.
A obra de Sérgio Buarque de Holanda insere-se no campo da história com a publicação, em 1936, de "Raízes do Brasil," na tentativa de uma geração que buscava explicar o Brasil, um país que se compunha a revelia da modernidade e que projetava-se para o futuro com as nódoas adquiridas na formação de seu passado colonial. Explicações a partir de um passado total, com respostas generalizantes, próprias do momento de transformação em que a decadência da oligarquia cafeeira convivia com o turbilhão industrializante e absorvida, incorporava ao seu ideal de permanência os projetos da Revolução de 1930.
Obra primeira, "Raízes do Brasil" fora muito mais um grande ensaio onde, no dizer da professora Maria Odilla, "só os quatro primeiros capítulos seriam históricos" na acepção da palavra, vinculando-se a obras muito mais a inquietação de uma geração brilhante, indignada com os rumos de seu país. "Caminhos e Fronteiras" não, nesse livro é o historiador maduro que passeia com brilhantismo pelas fontes documentais e pelos registros dos inúmeros viajantes que por essas terras estiveram, e são tantos os citados que temos a impressão que só quem souber ler com desenvoltura o Alemão e o Inglês poderá realmente ter oportunidade de escrever uma história consistente do nosso passado colonial.
Os livro se divide em três grandes capítulos, que por sua vez se subdividem em outros pequenos capítulos, esmiuçando as particularidades de uma cultura material. Cultura material essa que se foi compondo a partir da absorção, pelos colonos portugueses que se instalaram na região do planalto Piratininga, dos modos e padrões de vida dos indígenas que se encontravam na região.
É a partir dessa absorção, dessa forma de interagir e instrumentalizar o conhecimento dos naturais da terra, como também da repercussão desses fenômenos na criação de uma cultura tipicamente Paulista, que o autor projeta a construção de uma "civilização" que abandona muito das formas de agir e pensar européias, muito dos hábitos trazidos do além mar para incorpora formas e atitudes de uma cultura subalterna ao olhos do europeu. Nesse caminho o autor busca demonstra como só através desse processo esses colonos puderam sobreviver em um ambiente tão inóspito e criar uma forma de viver totalmente impar no cenário colonial.
Sérgio Buarque escolheu especificar cada detalhe dessa absorção e por essa trilha o livro divide-se em: "ÍNDIOS E MAMELUCOS", seu primeiro grande tema; "TÉCNICAS RURAIS", o segundo; e "O FIO E A TEIA", o tema final.
No primeiro tema, "Índios e Mamelucos" o título já nos remete a influência e a miscigenação. Suas subdivisões tratam da forma como se deu a integração dessa população com o sertão e como essa só foi possível a partir das técnicas de sobrevivência e locomoção aprendidas com os índios. Dessa forma são levantadas desde quais eram os tipos de utensílios de caça e pesca até as maneiras como eram marcadas as picadas ( com cortes feitos nas árvores ou com pequenos gravetos colocados onde só um olhar treinado poderia perceber) para não se perderem dentro da mata ou para indicar pouso seguro e água boa. Como e porque, na caça, o arco e a flecha substituíram as armas de fogo; como a introdução do anzol de metal transformou as formas de pesca e como essa forma de obtenção de alimento foi importante para essa região. A explanação passa por sub-capítulos que se detém a examinar as formas de obtenção de mel, a relação com as abelhas e suas colmeias, as formas de extração como também a importância desse tipo de alimento em lugares agrestes, onde só a partir dele foi possível sobreviver.
Os tipos de remédios naturais, as formas como foram empregados e a persistência de muitos dessas práticas no mundo rural do interior de São Paulo ainda na década de 1950. Analisa também a alimentação básica dos colonos e como essa foi enriquecida pelos gostos "exóticos" da culinária indígena.
A relação com o "negro da terra" (o índio) é colocada como a grande propiciadora da sobrevivência do povo do planalto como também um dos fatores de maior importância no processa de ocidentalização do território colonial que se deu a partir de São Paulo. Analisa o impacto da descoberta do ouro a partir das bandeiras de apresamento de índios para a região, o deslocamento da população masculina e como ela foi levada, nesse período, a tornar-se quase que totalmente uma terra de mulheres e crianças. O impacto que esse fenômeno causou a cultura do lugar. A relação com as outras regiões da Colônia, principalmente o Sul e o Centro Oeste e a transformação que o movimento das monções gerou nessa população. No dizer de Sérgio, estaria ai o fim de uma raça e a introdução de outra tipo de mentalidade que, "quase capitalista" na sua ligação com o comércio, teria transformado aquele Paulista individualista, aventureiro, autônomo e indisciplinado que cruzava as regiões essencialmente a pé, em um tipo preocupado com o comércio e o lucro, encrustrado em canoas carregadas de mantimentos a deslizar pelos rios, vinculado a uma certa ordem e hierarquia severa que essa prática exigia".
Importante realçar que nessa passagem sobre as Monções Sérgio Buarque destrói o mito que o rio foi o grande veículo de expansão territorial dos Paulista, dizendo que só na fase das Monções é que a navegação fluvial foi realmente a maneira mais corrente de deslocamento e transporte. Até então esses homens percorriam as grandes distâncias a pé e descalços. O desbravador que ele nos monstra vai em direção contraria ao mito bandeirante forchado pela história oficial.
Na segunda parte, "Técnicas Rurais", o autor trata da utilização de novas e antigas técnicas de agricultura, o tipo de aproveitamento dado aos alimentos na região de São Paulo e como essas técnicas foram absorvidas ou transformadas pela cultura local.
Como se deu a preferencia pelo milho como alimento central na culinária paulista. A formas de construção de fornos, principalmente o forno Catalão, as origens dessa técnica e como ele era utilizado. Nesse mesmo sentido o autor disserta sobre o Monjolo, tipo de pilão manual ou movido a água, que era utilizado para socar milho. Discute de onde teriam se originado os que aqui foram introduzidos e como esses aparecem nos inventários e testamentos da época. A pouca utilização do arado gerando, de certa forma, um retrocesso nas técnicas agrícolas que os colonos portugueses já detinham na metrópole. Porque isso se deu, a discussão sobre o comprimento da lamina que, introduzindo-se muito fundo na terra, não seria propicia as regiões tropicais onde a fertilidade estaria na superfície. Descreve como essa observação se propaga durante muito tempo entre os colonos e aparece nos registros de viajantes.
Na terceira e ultima parte do livro, "O Fio e a Teia", Sérgio Buarque de Holanda discute a introdução do plantio e manufatura do algodão na região paulista no período colonial. As origens e técnicas trazidas de Portugal, a introdução destas pelos jesuítas nas missões. Como estas foram adaptadas a realidade colonial e como se tornou, nos primeiros anos, um trabalho feito essencialmente por índios catequizados. A relação dos nativos com o trabalho, seu desinteresse e o desinteresse da própria população que herdara da Metrópole a representação invergonhante do trabalho manual. Os tipos de fiação, a evolução do descaroçador de algodão e como isso propiciou um aumento na produção de tecido. A tecelagem como o um forma tipicamente caseira. A produção de redes e a importância que, pela sua praticidade, esta teve para uma população que estava permanentemente em movimento. Como essa foi absorvido pelos colono e converteu-se em utensílio padrão dentro do cotidiano da população do Planalto.

O título, "Caminhos e Fronteiras", metáfora brilhante, como já realça Fernando Novaes na sua introdução à terceira edição do livro ( 1995), faz parte da introdução/explicação de Sérgio Buarque de Holanda. O título é o que amarra as partes e os capítulos dessa obra.
Mais que indicar veredas e picadas os caminhos a que o autor se refere são o próprio ato do movimento. A construção de uma civilização, a "civilização mameluca", como ele denomina, que se fez no deslocar-se constante e na busca de terras desconhecidas pelo colonizador. Sérgio realça a importância que o processo de expansão da população que se implantou no auto da serra do mar teve para a ocidentalização da Colônia e como esse processo, intenso e constante, moldou uma raça de homens diferentes daqueles que se colocaram na orla e buscaram seus interesses vinculados ao além mar. Como essa profunda associação com o interior influenciou toda uma forma de viver e adaptar-se a um ambientes inóspito e avesso ao europeu.
Da mesma forma o termo "Fronteiras" não representa nessas paginas os limites meramente geográficos que esses homens ultrapassaram, ainda que esses sejam imprescindíveis para a compreensão dos processos de formação de um cotidiano totalmente impar no universo colonial do império português. Ele diz respeito a limites, mas aos limites da cultura, tanto daquela trazida pelo colono como daquela encontrada nos trópicos. Diz respeito a capacidade de ultrapassar esses limites e incorporar outros, fundindo ao cotidiano desses colonos e as gerações que deles herdaram, técnicas, formas e hábitos que permitissem a permanência, o deslocamento e a sobrevivência.
O caminho seguido por Sérgio Buarque na década de 50 é um caminho inovador. A partir da cultura material e dos fundamentos dessa cultura em uma herança indígena, recuperada com uma riqueza de fontes e referências, ele introduz uma nova forma de abordagem históriográfica.
Lidando com um seara tão árida como o é essa da cultura material, com o brilhantismo de seu estilo, Sérgio Buarque de Holanda deixou-nos um texto extremamente prazeroso de ser lido até para aqueles que não façam da história seu objeto de estudo.
Não fiz uma pesquisa aprofundada e não estou aqui comparando trabalhos mas, a que se notar, que o famoso estudo de Fernand Braudel sobre civilização material, "Civilização Material e Capitalismo", foi editado só em 1967, portanto, dez anos depois de "Caminhos e Fronteiras".

por Jorge de Almeida Francisco





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